*com retirada de ingressos 30 minutos antes de cada sessão.
Composta de vídeo-danças franceses e com curadoria do Grupo Oficcina Multimédia, a mostra apresenta um recorte das coleções “Paisagens Coreográficas Contemporâneas” e “Dança na Tela”, produções da “3ème Scène” da Opéra de Paris, do acervo da Cinemateca da Embaixada da França. Os 14 títulos escolhidos apresentam um panorama da dança contemporânea francesa, mostrando desde métodos de criação de espetáculos até suas encenações. Essa mostra conta com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França e Embaixada da França no Brasil.
Rosita Boisseau e Valérie Urréa • 2004 • 59 min
Angelin Preljocaj, Christian Bourrigault, Dimitri Chamblas, Mark Tompkins, François Verret, Alain Buffard, Kader Belarbi, Josef Nadj e Philippe Decouflé são alguns dos artistas – todos do sexo masculino – retratados na tela. Amadurecido durante muito tempo, este projeto da crítica de dança Rosita Boisseau e da cineasta Valérie Urréa reúne trechos de espetáculos e entrevistas em torno de uma questão central: o homem e a dança. No documentário, o tema é explorado passo a passo a partir de um mesmo ponto de vista. Ao abrir espaço para que “os homens que fazem viver a dança contemporânea”, ou seja, intérpretes e coreógrafos com sólidas trajetórias profissionais, se expressem sobre uma mesma figura, o homem e a sua identidade, Rosita Boisseau revela um movimento que apresenta duas facetas. De que maneira os coreógrafos do sexo masculino vivem esta problemática no âmbito do seu trabalho? Procuram fugir aos estereótipos do gênero? Os diversos personagens convidados a desenvolver este tema raramente explorado na dança expressam um pensamento que evolui desde a intimidade até a criação de uma obra. Entre as imagens dos espetáculos, judiciosamente selecionadas, cada um deles evoca as suas reflexões sobre o tema, desde a qualidade de um gesto ao jogo com os estereótipos, desde a marca de uma identidade cultural à figura do pai. I. F.
Pierre Coulibeuf • 2006 • 24 min
Ficção paródica, construída a partir de ações coreográficas de Angelin Preljocaj. As sete personagens que evoluem no prédio concebido pelo arquiteto Rudy Ricciotti dinamitam sem vergonha os códigos da coreografia e do cinema: contaminação, estouro, distância, – a ficção põe a realidade à prova. A realidade do filme é tão estranha quanto familiar. As personagens, como pequenos demónios, parodiam com entusiasmo os estereótipos ficcionais do cinema e da televisão.
Céline Serrano • 2003 • 52 min
Entrar no processo de criação de O. More, espetáculo criado em 2001 por Bernardo Montet, consiste em retraçar uma grande viagem. No Senegal e em Brest (França), Céline Serrano acompanhou o coreógrafo e os intérpretes nas suas pesquisas, captando momentos de dança, trocas de ideias e reflexões: corpos que dançam na areia, intérpretes que trabalham com textos lidos em diversos idiomas ou permanecem em segundo plano, de onde pode, a qualquer momento, surgir um grito. “O ser humano é modelado a partir do que acontece ao seu redor”, acredita Bernardo Montet. O coreógrafo, à escuta desta sensação, finca o seu movimento – um estado físico, um estado de consciência, no qual se vem gravar uma determinada ideia do corpo. O.More dá corpo a esta idéia, delineando um horizonte nômade em que a dança aprofunda a sua identidade e questiona tudo o que vem de fora, as suas diferentes situações, a imagem em duplicata e a violência. O filme acompanha as diversas etapas desta criação, em que todos os intérpretes são do sexo masculino: três músicos Gnawa e seis dançarinos originários de países longínquos: Quênia, Gabão, Marrocos, Grécia e Costa do Marfim. No segredo dos corpos, jaz uma figura idêntica, a de Otelo. Juntos, tornam-se mouros, um coral com uma única partição coreográfica, onde se inventa um novo poema épico de enigmáticos rituais. I-. F.
Philippe Béziat • 2021 • 108 min
É uma estreia para 30 dançarinos de hip-hop, krump, break, voguing… Uma estreia para o diretor Clément Cogitore e o coreógrafo Bintou Dembélé. E é também uma estreia para a Opéra de Paris. Ao criar um diálogo entre dança urbana e canto lírico, seu conjunto reinventa a obra-prima barroca de Jean-Philippe Rameau, Les Indes Galantes. Dos ensaios às apresentações públicas, o espetáculo é uma aventura humana e um encontro com questões políticas que acompanhamos. Fica no ar a seguinte pergunta: pode uma nova geração de artistas tomar a Bastilha hoje?
Philippe Barcinski e Dainara Toffoli • 2005 • 25 min
De que maneira a palavra se articula com a linguagem corporal? Como o movimento e o pensamento podem interagir, sobretudo em um corpo único? A partir destes questionamentos, Bruno Beltrão cria Eu e meu Coreógrafo no 63, espetáculo cuja remontagem cinematográfica resulta no filme Divagations. A interposição de imagens urbanas, fragmentadas e multiplicadas, acentuam a tensão e o caráter deslocado do solo. Seduzido pela street dance em 1993, quando tinha 13 anos, Beltrão não tarda a destacar-se como um dos seus principais representantes no Brasil. Para ele, o hip hop é a base da sua expressão. No entanto, com o Grupo de Rua de Niterói (sua cidade natal), que ele funda três anos mais tarde com Rodrigo Bernardi, o que este artista busca não é tanto se destacar, mas liberar-se de códigos e clichês: “o hip hop colocou em órbita um vocabulário rico e inovador. Agora, é preciso fazer com que entre em crise. Ao nos distanciarmos e dissecarmos o seu vocabulário, poderemos descobrir novas estéticas”. É neste sentido que ele tem trabalhado, com extraordinária maturidade, desde as suas primeiras obras, recorrendo sobretudo a processos de criação usados na dança contemporânea. Por sua dimensão intimista, pelo domínio da composição gestual, pela partitura sonora, constituída pela voz do dançarino, pela palavra em constante busca do sentido, Eu e meu Coreógrafo é um exemplo característico da linguagem elaborada por Bruno Beltrão. M. B.
Jeannette Dumeix • 2002 • 60 min
Como fazer para que a matéria dançada fique impressa fisicamente na imagem? A partir deste questionamento, a coreógrafa Jeannette Dumeix desenvolveu este projeto original, cujo objetivo não é tantar captar o movimento, mas traçar o caminho de onde ele vem e identificar o que o produz. Filmando coreógrafos e intérpretes em pleno trabalho, Jeannette Dumeix constrói um vocabulário dançado, no qual as palavras ligadas à dança são listadas por ordem alfabética. Odile Duboc, Emmanuelle Huynh, Laura de Nercy, Hervé Robbe, Loic Touzé, Marc Vincent, Latifa Laâbissi, Yves-Noël Genod, Jennifer Lacey: nove dançarinos, coreógrafos e performers participaram do projeto. Jeannette Dumeix e Vincent Bosc, videasta-músico, conviveram com eles durante a preparação de novos espetáculos. A presença da câmera faz-se discreta para filmar o instante pausado e explorar a atividade parcelar dos corpos, recolhendo as palavras que formam o vocabulário da dança, definida aqui como “ato pelo qual o corpo se mobiliza”. Depois de analisado, o material reunido foi reorganizado em função da pesquisa sobre o movimento e dos resultados revelados pelas diversas seqüências. Jeannette Dumeix, neste documentário, evidencia com extrema precisão a matéria coreográfica, o espaço intermediário entre os corpos e as palavras que o movimento faz nascer.
Josef Nadj • 2005 • 51 min
Neste filme, que ele próprio produziu, a memória geográfica é o interesse central do coreógrafo Josef Nadj. Construindo o seu trabalho sobre dois alicerces, ele coloca em perspectiva o seu universo e o processo de criação de um dos seus espetáculos, Last Landscape, criado em parceria com o percursionista Vladimir Tarasov. Este “auto-retrato frente à paisagem” explora gestos e materiais a partir de um espaço real, revisitado por meio de desenhos, trechos do espetáculo e comentários. Partindo de uma primeira imagem, um livro aberto sobre um mapa, Josef Nadj, diretor do Centro Coreográfico Nacional de Orléans, conduz o espectador à essência do seu trabalho, evocando a porosidade das fronteiras: as da sua terra natal, Voivodina, no interior da Hungria (atualmente região da Sérvia), bem como o seu próprio gesto artístico, cujo imaginário é marcado por esta realidade geográfica e cultural. Entre elementos biográficos e exploração de uma paisagem real, próxima da cidade onde o artista nasceu – um pedaço de terra inóspita atravessada por rios de águas argilosas –, ele faz surgir a visão de um mundo remanejado para o palco. Desenhar no papel ou com o movimento e deixar o papel ou o corpo impregnarem-se com esses sinais misteriosos têm por origem uma mesma preocupação do artista: “acolher uma outra verdade, a efemeridade, a transição e a partilha com o público.”.
Emmanuel Vantillard • 2005 • 7 min
Apresentado durante a exposição Panorama 6, realizada em Le Fresnoy em 2005, Le Corps silencieux, espetáculo entre a dança e o vídeo experimental, explora estados particulares do corpo. Da superfície da pele à silhueta oscilante de dançarinos dissolvidos em um deserto branco, este curta-metragem abandona o gesto expressivo para conferir aos mais ínfimos movimentos uma misteriosa densidade. Sem recorrer à narração, o filme estabelece uma tensão entre dois espaços: um, mergulhado na penumbra, abriga a intimidade dos corpos; o outro, superexposto, parece buscar a sua dissolução. Aqui, os dançarinos, com o rosto enfaixado como vítimas de um acidente, levantam-se com dificuldade e logo caem novamente em letargia; mais adiante, costas e torsos nus aparecem carregados de uma intensidade febril. Fragmentados e desmembrados, esses corpos fundem-se e desdobram-se em um jogo de superposições e reflexos. Desprovidos da sua individualidade, a tal ponto que a distinção entre os sexos desaparece, os corpos retornam ao estado de matéria, de puro volume. As luzes azuis e vermelhas que os percorrem revelam paisagens oceânicas e crateras vulcânicas, de uma textura cuja sensibilidade se perde de vista. Emmanuel Vantillard ressalta a ambigüidade deste corpo ao mesmo tempo sujeito e objeto, elemento vivo e parte integrante de uma natureza no âmbito da qual o corpo se exprime por meio da linguagem mas que, no entanto, tanto quanto ela, é silencioso.
Eric Legay • 2005 • 52 min
Os 20 anos da companhia Black Blanc Beur representaram uma oportunidade para apresentar o trabalho original da coreógrafa Christine Coudun e o projeto artístico por ela desenvolvido em Saint-Quentin-en-Yvelines. Entrevistas, ensaios e trechos de espetáculos contribuem para a análise de um trabalho internacionalmente conhecido, resultado de uma pesquisa inovadora sobre o vocabulário hip hop, mas que “ultrapassa a esfera particular desta dança para alcançar uma dimensão mais universal”. Défilles (2001) apresenta um duo de jovens dançarinas de break que desafiam, com humor e feminilidade, o mundo masculino que as cerca (música de DJ Mouss). Break Quintet (2002), coreografia para cinco dançarinos, coloca em cena, com um certo sarcasmo, um grupo de jovens de férias em terras hostis. Si je t’M (2004), espetáculo para oito dançarinos, questiona, sem o peso de estereótipos, a relação homem-mulher, introduzindo um trabalho de contato pelo gesto. Christine Coudun incorpora, em composições de grupo, os diversos elementos do vocabulário especializado da break dance e uma grande mobilidade de ação no espaço. Ao optar pelas “memórias do futuro” oriundas de bairros populares e de grupos de imigrantes, a artista abriu um caminho até então inexplorado; ao desenhar os gestos e colocar-se à escuta das notáveis qualidades de improvisação dos dançarinos, focalizou-se no sentido dos gestos contidos no movimento para conduzi-los à coreografia. I. F.
Alain Buffard • 2005 • 58 min
Anna Halprin, coreógrafa californiana, desempenhou um papel fundamental para a dança – arte que ela vê como um elemento de mobilidade social. Desde os anos 60, trabalhou nas áreas de pesquisa e ensino, tendo introduzido noções fundamentais como as bem conhecidas tasks and actions. Alain Buffard filmou seu encontro com ela, apresentando uma seqüência de cenas faladas e dançadas, e desenvolvendo um diálogo entre duas gerações de coreógrafos e dançarinos. Rodado principalmente no estúdio e palco de dança ao ar livre da coreógrafa – construídos em plena floresta pelo seu marido, o arquiteto paisagista Larry Halprin –, o filme de Alain Buffard retraça os principais momentos da obra e do trabalho pedagógico de Anna Halprin, que marcaram profundamente a sua própria trajetória. Os dois coreógrafos evocam diversas questões relacionadas ao corpo e ao gesto, à dança e sua história. O roteiro se assemelha a uma reconstituição: as cenas rodadas durante refeições, passeios e conversas parecem sair de uma rotina reorganizada. Num cruzamento de formas, a meio caminho entre retrato e auto-retrato, My Lunch with Anna é construído como um cenário. A transposição para a vida real recorre ao uso da performance e questiona tanto a memória como o significado do gesto. Esta homenagem reposiciona o filme sobre dança em um contexto ainda inexplorado, mesclando abordagem intimista e questionamento dos processos de trabalho e das experiências com o movimento.
Pierre Coulibeuf • 2004 • 70 min
Pierre Coulibeuf transpõe para o cinema a busca da coreógrafa Meg Stuart em diferentes situações do cotidiano. O título Somewhere in Between pretende sugerir a ideia de indeterminação constitutiva, tanto do trabalho coreográfico de Meg Stuart, como dos filmes de Pierre Coulibeuf. Esta ideia influencia toda a realidade de uma obra que se situa na fronteira entre o humor e a seriedade.
Benjamin Silvestre • 2005 • 25 min
Depois de Animal Regard e Entre Temps, Héla Fattoumi e Eric Lamoureux decidiram dar prosseguimento à estreita cumplicidade desenvolvida no trabalho com o cineasta Benjamin Silvestre. Adaptado da peça epônima criada em 2004 para sete dançarinos e dois músicos, o filme foi rodado no sul da Tunísia. Entre luz e sombra, muros e ruelas, linhas curvas e ângulos retos, as danças exploram a figura do entrelaçamento, em constante sintonia ou oposição com a música. La Madâ’a, criação de Héla Fattoumi e Eric Lamoureux, dá continuidade a espetáculos anteriores destes artistas, como Wasla, trabalho sobre o vestígio e a memória das origens, e Husais, peça fundadora a partir da qual a colaboração artística entre os dois tomou corpo. O trabalho foi uma maneira de questionar as suas próprias trajetórias, mas com o cuidado de criar vínculos, de construir uma ponte entre culturas diferentes que também simbolizam as suas próprias origens e pesquisas criativas. A música do compositor Samir Joubran – encontro entre a dança contemporânea ocidental e o alaúde, instrumento de origem árabe – torna-se aqui um desafio coreográfico compartilhado por cinco outros intérpretes de diferentes países. Próximo da dança impulsiva, com seus traços ora fortes ora suaves, o cineasta prioriza a energia, a eclosão dos gestos, a fricção entre os corpos e as relações do indivíduo com o grupo. I. F.
Agustí Torres • 2005 • 41 min
Nem espetáculo, nem performance no sentido estrito da palavra, “Paso Doble” é o fruto lentamente amadurecido do encontro entre dois artistas, o plasticista Miquel Barceló e o dançarino e coreógrafo Josef Nadj. Trata-se de uma obra de arte efêmera, interseção de dois campos de experiência e duas expressões artísticas nas quais a terra – a argila – surge como ponto de origem e como protagonista da confrontação. Na raiz do projeto, a amizade entre os dois homens e a freqüentação atenta, por parte de Josef Nadj, do ateliê de Miquel Barceló. Este mergulho no seu universo plástico e a “chance extraordinária de ver as suas obras ainda em aberto, a transformar-se”, fizeram brotar no dançarino o desejo, um pouco insensato, de “entrar no quadro”. Paso Doble nasceu assim – representando, para um, o desafio de dar corpo ao seu desejo e, para o outro, o de aceitar a presença de um parceiro e de trabalhar em público, em um intervalo de tempo extremamente condensado em relação à sua prática habitual. Mas Paso Doble representa também uma tentativa de criar uma obra plástica que se confunda com o próprio ato de criação, visto que o quadro obtido no final de cada experiência reiterada é imediatamente destruído, apagado. Nada deve subsistir, a não ser na memória das testemunhas diretas, ou graças a imagens como as que Agustí Torres filmou no verão de 2006, durante as 13 representações de Paso Doble na Église des Célestins de Avignon. M. B.
Seydou Boro • 2002 • 52 min
Seydou Boro, que durante um tempo trabalhou como intérprete com Mathilde Monnier, é também coreógrafo e produtor. Este seu documentário é dedicado a uma das maiores personalidades da dança de origem africana, Irène Tassembédo – nativa, como ele, de Burkina Fasso, onde o filme foi inteiramente rodado. Este “retrato filmado”, que apresenta também Germaine Acogny, contribui para a restauração de todo um segmento da história da dança, investigando os laços e as tensões existentes entre dois continentes e duas culturas. Irène Tassembédo reside na França há 20 anos. Em 1978, em Burkina Fasso, foi selecionada para freqüentar a escola Mudra-África, fundada por Maurice Béjart em Dacar e dirigida por Germaine Acogny. Conhecer Irène Tassembédo conduz à reflexão sobre um tema essencial: a questão do corpo, tanto em termos dos seus valores como do seu imaginário, e a concepção particular que ele assume para os dançarinos africanos confrontados com a aprendizagem da dança contemporânea ocidental. Ilustrando a sua trajetória com um grande número de entrevistas, sessões de trabalho e viagens, o filme evoca uma abordagem que parte de uma autêntica convicção: Irène Tassembédo considera que a dança africana deve situar-se em um mundo em evolução, mas sem virar as costas à sua própria gestualidade nem permanecer estagnada em um esquema tradicional geralmente associado ao folclore. Sua experiência abrange duas gerações de artistas e os seus respectivos questionamentos em relação à criação contemporânea e à miscigenação cultural.
30/01 • segunda • 17h: O homem que dança • 19h: Pavilhão Negro | Gritos de Corpos • 21h: Indes Galantes
31/01 • terça • 17h: Divagações de um quarto de hotel | Léxico dançado • 19h: Josef Nadj? Última Paisagem • 21h: Corpo silencioso | Os pés no palco
01/02 • quarta • 17h: My Lunch with Anna • 19h: Somewhere in between • 21h: La Madâ’a | Paso Doble
02/02 • quinta • 17h: La Madâ’a | Paso Doble • 19h: A dançarina de ébano • 21h: Pavilhão Negro | Gritos de Corpos
03/02 • sexta • 17h: Somewhere in between • 19h: Indes Galantes • 21h: O homem que dança